Quem sou eu

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Sou um antropólogo brasileiro especializado em temas educacionais. Meus trabalhos focalizam as relações existentes entre a educação escolar e outras esferas da vida social. Atualmente, desenvolvo pesquisas sobre estratégias familiares e projetos de escolarização nas camadas populares das cidades do Rio de Janeiro e Petrópolis, ambas no Brasil. A abordagem inclui reflexões sobre a educação básica e o ensino superior. O debate sobre a construção social das juventudes é privilegiado porque permite interpretações refinadas sobre as relações entre educação escolar e expectativas de futuro. Trabalho no Departamento de Fundamentos da Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ onde ensino antropologia e sociologia da educação, além de orientar estudantes interessados no debate entre ciências sociais e educação.

domingo, 24 de novembro de 2013

Seminário Observatórios da Educação

Caros Leitores, 

Essa postagem é um convite para o seminário interinstitucional Observatórios da Educação. O evento é o resultado de uma parceria entre a UFRJ, a PUC-Rio, a UERJ e a UFJF. O Instituto Desiderata também é parceiro na organização do seminário. 

Entre os dias 05 e 06 de dezembro de 2013 - nas instalações do Arquivo Nacional - discutiremos temas contemporâneos relacionados à educação e aos sistemas educacionais. Teremos quatro mesas compostas por professores e estudantes das quatro universidades envolvidas. Além dos trabalhos apresentados, receberemos convidados que comentarão os textos e, ao final, poderemos debater com o público. Além das mesas, teremos uma sessão com os trabalhos dos alunos de graduação e o lançamento do site LATITUDE,  uma plataforma que disponibilizará dados sobre a educação no Rio de Janeiro. 

Serão dois dias de intenso trabalho acadêmico.  Sua participação é indispensável!

As inscrições estão disponíveis em: http://www.simplesmente.com.br/desiderata/sem-dez.html

O link acima o direcionará para a programação. Basta clicar no folder e realizar sua inscrição. 

Todo o evento é gratuito! Nos encontramos por lá. 

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Você sabe como é, eles não estão acostumados com antropólogos!

O título da postagem é igual ao que utilizei em um artigo recém-publicado. A afirmação foi feita por uma professora que ocupava um cargo de confiança na Secretaria Municipal de Educação. Eu estava em pleno trabalho de campo para minha tese de doutorado e acabara de receber um convite para a realização de uma palestra em um curso de formação para professores da rede municipal de educação da cidade do Rio de Janeiro.

A professora estava preocupada com minha participação. Ela disse que nunca tinha trabalhado com antropólogos e estava acostumada com psicólogos e pedagogos. Lembro que o telefonema fez com que eu me sentisse como um bicho estranho e até mesmo indesejável. Logo em seguida ela disse que só estava telefonando porque se tratava de uma indicação de JP, um de meus principais informantes à época.

Nossa conversa também proporcionou outras questões. Eu era pesquisador e ela queria um palestrante, eu desejava mapear a perspectiva dos “nativos” e ela queria que eu construísse essa perspectiva. Em resumo: na ausência de uma definição mais clara sobre o que é um antropólogo, um antropólogo poderia ser qualquer coisa. O artigo está na revista Pró-Posições, da UNICAMP, disponível em http://www.scielo.br/pdf/pp/v24n2/v24n2a04.pdf e explora todos os detalhes dessa convivência repleta de sentidos que nos acostumamos a chamar de trabalho de campo.

A publicação do artigo foi possível graças ao gentil convite da antropóloga Neusa Gusmão. Ela estava organizando um dossiê sobre antropologia e educação e desejava colocar antropólogos interessados no assunto em diálogo. Além do meu artigo e da apresentação feita pela organizadora, o dossiê conta com contribuições dos antropólogos Amurabi de Oliveira (UFAL), Gilmar Rocha (UFF), Adriana Russi (UFF), Johnny Alvarez (UFF), Luís Donisete Benzi Grupioni (Instituto IEPÉ), Laura Cerletti (Facultad de Filosofía y Letras, UBA), Sandra Pereira Tosta (PUC-Minas) e Ricardo Vieira (CIID-IPLeiria e ESECS-IPLeiria, Portugal).

É muito interessante observar a composição do dossiê e perceber como temas diversos dialogam entre si. A batuta da antropóloga Neusa Gusmão foi fundamental para a criação dessa polifonia sobre antropologia e educação no Brasil.

Todos os artigos estão disponíveis no site da revista (http://mail.fae.unicamp.br/~proposicoes/edicoes/sumario70.htmle diretamente na biblioteca Scielo (http://www.scielo.br). 

Embora a afirmação que segue seja absolutamente interessada, lá vai:

Tenham uma boa leitura!



domingo, 4 de agosto de 2013

RESULTADO DIVULGADO

O resultado final da seleção para o curso de "Compreensão e uso de indicadores educacionais foi divulgado no Blog do Observatório Educação e Cidade.

Está disponível em:

domingo, 30 de junho de 2013

Avaliações educacionais em foco: edital para gestores - 2013

Pessoal, abro espaço aqui no Blog para o lançamento do Edital de Seleção para Curso sobre Compreensão e Uso de Indicadores Educacionais. Eu faço parte da equipe que oferecerá o curso. Esta será a terceira edição. As anteriores foram muito bem avaliadas pelos gestores que participaram. Em sequência, segue o edital completo.

EDITAL DE SELEÇÃO PARA CURSO: COMPREENSÃO E USO DE INDICADORES EDUCACIONAIS

A equipe integrante do Observatório Educação e Cidade, composta por professores e estudantes da UFRJ, PUC-Rio e UERJ, formada no âmbito do Programa Observatório da Educação, patrocinado pela CAPES/MEC faz saber que estará selecionando candidatos para participarem da segunda turma do curso referido no título deste edital.
Objetivo do curso: proporcionar aos integrantes de equipes de gestão escolar de redes públicas de ensino fundamental a aquisição de conhecimentos técnicos sobre os sistemas de informação educacional brasileiros, seus possíveis usos e perspectivas.

I- Perfil dos candidatos
Serão aceitas as inscrições de gestores em atividade na rede municipal de educação da cidade do Rio de Janeiro, de acordo com o seguinte perfil:
- Ser gestor da rede municipal, em escolas de primeiro ou de segundo segmento, em efetivo exercício de suas atividades profissionais. Diretores gerais, diretores adjuntos, orientadores educacionais e coordenadores pedagógicos poderão participar. 
- Ter disponibilidade de 12 horas semanais para dedicação ao curso (quatro horas em sala de aula e oito horas de atividades orientadas).
- Ter as noites de quinta-feira (das 18h às 21h) disponíveis para participação nos encontros no curso.

II – Quantidade e tipos de vagas
Serão selecionados 15 gestores.

II- Atividades previstas para os bolsistas
- Participação em “Curso de formação para compreensão e uso de indicadores educacionais” produzidos pelo sistema nacional e local de informações educacionais, inclusive as avaliações externas de aprendizagem.

IV – Valor e período da bolsa
- Cada bolsista receberá, mensalmente, R$765,00 (setecentos e sessenta e cinco reais), depositados em sua conta bancária. O pagamento será feito diretamente pela CAPES/MEC.
- Cada bolsista receberá a bolsa durante 03 (três) meses, a partir de agosto de 2013. O curso terá início em 15 de agosto de 2013 e será encerrado em 21 de novembro de 2013.
- O pagamento da bolsa não configura qualquer tipo de vínculo empregatício.

V – Procedimentos para a inscrição
- Os candidatos devem enviar o currículo e uma carta de intenções para o e-mail: observatorioeducacaoecidade@gmail.com
- No assunto, os candidatos devem escrever: SELEÇÃO – OBSERVATÓRIO EDUCAÇÃO E CIDADE.
- Os currículos devem ser atualizados e não devem conter fotografias dos candidatos. Devem conter informações sobre: formação acadêmica, tempo de experiência, tempo de serviço na rede, escola(as) em que trabalha, regime de trabalho e horas semanais trabalhadas.
- As cartas de intenções devem ter, no máximo, 30 linhas. Nelas, os candidatos devem explicar os motivos que os levaram a desejar participar do curso.
- A confirmação da inscrição será feita por e-mail no qual o candidato receberá seu número de inscrição.
- O prazo final para o envio das inscrições é o dia 14/07/2013. Nenhuma inscrição será aceita após esta data.

VI – Procedimentos de seleção.
- Os currículos serão selecionados de acordo com o item I deste edital.

VII – Divulgação dos resultados
- Os resultados serão divulgados no dia 05/08/2013.
- A divulgação será feita pelo número de inscrição.
- Os resultados estarão disponíveis no blog do Observatório da Educação: http://observatorioeduc.blogspot.com/

- Os candidatos que não forem selecionados não terão direito a recurso.

VIII – convocação dos candidatos selecionados
- Os candidatos selecionados serão convocados no dia 08/08/2013, para início das atividades em 15/08/2013.
- Os candidatos selecionados assumirão o compromisso de participar de todas as atividades do curso. Serão toleradas, no máximo, duas faltas. A terceira falta fará com que o gestor seja automaticamente desligado do curso.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

O caminho da equidade e suas pedras.


A revista Interseções, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, acaba de publicar um dossiê com um título convidativo: Escolas Contemporâneas, desafios republicanos. Ele foi organizado pela Helena Bomeny (UERJ/FGV) e apresenta quatro artigos discutindo uma série de desafios apresentados às escolas e aos sistemas educacionais em contextos em que a universalização da educação básica foi consolidada. O dossiê indica um conjunto de dificuldades presentes naquele que podemos chamar “caminho da equidade”. As oportunidades educacionais estão universalizadas, mas as escolas ainda não conseguiram equalizar a distribuição de conhecimento escolar, o que mantém e, inclusive, amplia hierarquias sociais e desigualdades educacionais. O dossiê apresenta questões existentes no Brasil e em Portugal. O debate sobre escolha escolar e acesso às escolas do município do Rio de Janeiro foi contemplado. Há um artigo escrito por mim em conjunto com o sociólogo Marcio da Costa e a antropóloga Ana Pires do Prado. Nós o batizamos com um fragmento de uma entrevista realizada com uma família que afirmou que caso tivesse mais conhecimento - neste caso conhecimento se refere a conhecer pessoas influentes – seria mais fácil conseguir uma vaga em uma boa escola.


Nosso artigo pode ser lido aqui.

terça-feira, 19 de março de 2013

Chuva e tragédia na Serra: visão de um petropolitano.


Ontem pela manhã fui surpreendido com a cobertura da imprensa sobre mais uma tragédia na cidade serrana de Petrópolis-RJ. Depois de ler as matérias jornalísticas, liguei a televisão e não se falava de outra coisa. Naquele momento, o prefeito da cidade apresentava a grande culpada pelo desastre: a chuva ou as chuvas de março.

Sou Petropolitano e vivi intensamente todas as tragédias que ocorreram na cidade desde a década de 1970, quando nasci. Já vi de tudo: casas caindo, amigos morrendo sufocados por barreias ou afogados nas enchentes, pessoas desesperadas por perderem seus entes mais queridos. Na pior das enchentes, a de 1988, pelo menos era a pior até a dessa semana, boa parte de minha família ficou desabrigada. Alguns perderam suas casas e outros corriam o risco de perdê-las. Aquela enchente foi democrática. Atingiu todos com a mesma intensidade, dos bairros mais ricos aos bairros mais pobres. A tragédia e a miséria que a procedeu uniu pessoas antes separadas por fronteiras de classe e “raça”, marcadamente presentes no contexto petropolitano da década de 1980. É claro que após o fim da tragédia tudo voltou ao “normal”.

Bom, meu objetivo aqui não é falar dos modelos de estratificação social presentes em Petrópolis. O que quero é externar minha surpresa por saber que a maior culpada pela tragédia (a atual e as anteriores) é a chuva. Incrível saber disso porque nunca imaginei que uma cidade montanhosa, onde as montanhas têm uma “capa de terra” de mais ou menos um metro; uma cidade cortada por rios os mais diversos e que recebe chuvas o ano inteiro poderia ser vitimada pela chuva. Ninguém imaginaria isso, não é mesmo!

Pois bem. Vivo no Rio de Janeiro faz 15 anos, mas mantenho estreitas relações com a cidade de Petrópolis e fico cada vez mais surpreso com o crescimento do município.  Algumas áreas que eram totalmente descampadas em minha infância hoje são ocupadas por dezenas, centenas de casas. Há alguns espaços em que todos, inclusive os moradores, sabem que haverá desgraças durante as chuvas. Mesmo assim, os moradores não saem de lá e os poderes públicos fecham os olhos até que a tragédia anunciada aconteça. Este fenômeno ocorre em vários espaços da cidade, inclusive nas áreas de proteção ambiental, que são, em tese, protegidas.

O discurso político partidário enfatiza que as pessoas têm direito à moradia e isso é óbvio e ululante. Porém, há outro direito inalienável que deve ser respeitado antes mesmo do direito à moradia. Trata-se do direito à vida. Quando uma família finca uma casa em um lugar que tem 90% de chance de sofrer inundações e ou deslizamentos, os poderes públicos tem que agir e retirar esta família de lá para que a família tenha seu direito à vida respeitado. Infelizmente não é o que vemos. Dezenas de famílias continuam vivendo em locais de alto risco, o lixo continua lá, o esgoto sanitário é despejado livremente na natureza, etc.

Uma das melhores iniciativas das décadas de 1970/1980 para a resolução deste tipo de problema foi a criação de conjuntos habitacionais construídos pelo sistema BNH (Banco Nacional de Habitação). Há muitos críticos ao sistema, principalmente ao fato dele ter priorizado moradias verticais em detrimento da tradição petropolitana que prioriza moradias horizontais. O fato, em minha visão, é o seguinte: o sistema BNH permitiu que famílias populares tivessem acesso à casa própria em locais seguros. Todos foram construídos por empresas que realizaram estudos sobre a topografia de Petrópolis e propuseram alternativas preventivas para as chuvas e os deslizamentos. Resultado: as pessoas vivem bem e seguras. Ambos os direitos estão garantidos: à vida e à moradia.

Depois de ouvir a fala do prefeito e descobrir que a culpada foi a chuva eu fiquei pensando. Será que a prefeitura da cidade recolheu e processou o lixo como deveria ter feito? Realizou obras de contenção de encostas onde era necessário? Combateu o assoreamento dos rios como deveria ter combatido? Retirou e acolheu famílias que por conta de questões diversas estão vivendo em áreas de altíssimo risco? Fiscalizou a ocupação desenfreada de áreas de proteção ambiental? Modernizou o sistema de esgotamento sanitário?

Eu, particularmente, sou contra o discurso que culpa a natureza pelas tragédias. É claro que as mesmas águas de março que inspiraram Tom Jobim são capazes de causar muita destruição. Porém, se os homens fizessem o dever de casa, seria bem mais fácil resistir e conviver com a força das águas. Eu realmente gostaria de ver um trabalho preventivo ocorrendo de fato porque não vejo a hora de parar de contabilizar os amigos perdidos e as vidas destruídas. Eu poderia apresentar uma lista, mas seria triste demais. Afinal, qualquer petropolitano tem também sua listinha e sabe bem como é terrível não poder apagá-la.

sábado, 2 de março de 2013

Estômago: a boca, o corpo e o sexo.


Lá na cidadezinha de minha avó dizia-se que “homem se prende pela boca”. Era um tipo de conselho dado às moças casadouras que deveriam aprender a cozinhar para aqueles que seriam “seus” homens. Nós, os homens, brincávamos com o conselho dizendo que as mulheres deveriam nos prender com a boca. O duplo sentido da afirmação causava rubores os mais diversos, principalmente nas moças que, por acaso, ouviam as conversas masculinas.

Quando cheguei ao Rio de Janeiro percebi rapidamente que minhas histórias com duplo sentido não deixavam ninguém ruborizado. Certa vez brinquei com uma de minhas colegas de graduação dizendo que ela deveria seguir a lógica das meninas de Minas e me prender com a boca. A resposta veio, como pergunta, de imediato: “qual das duas?” Quem acabou ficando sem graça fui eu.

A situação descrita é “boa para pensar” a relação entre sexo e comida. No Brasil, diz-se que quando alguém vai fazer sexo e assume postura ativa, está “comendo” alguém. A metáfora é curiosa e brilhantemente explorada em “Estômago”. O filme é um dos resultados de um acordo de co-produção bilateral Brasil-Itália. Foi produzido no Brasil e finalizado na Itália.

Não é a primeira vez que elogio um filme protagonizado por João Miguel. Em “Estômago”, ele dá vida à Raimundo Nonato, migrante sertanejo que descobre seu talento culinário quando vai trabalhar de graça em um boteco que servia pastéis e coxinhas. Com seu sucesso, é descoberto pelo dono de um restaurante italiano, que o leva para aprender os mistérios da alta gastronomia.

Boa parte do filme se passa em uma penitenciária, onde Raimundo Nonato cumpre pena por ter encerrado sua carreira com um crime cometido dentro do restaurante onde trabalhava. Raimundo, apelidado Alecrim, transforma sua cela em uma cozinha onde conquista poder e admiração dos outros presos ao transformar as refeições diárias em pratos requintados.

As melhores cenas ficam por conta de João Miguel e Fabiula Nascimento. Ela interpreta uma prostituta glutona, pela qual Raimundo Nonato se apaixona e a conquista oferecendo pratos cada vez mais requintados. Ela descobre Raimundo quando come uma das coxinhas feitas por ele e geme longamente com o prazer proporcionado pelo petisco.

Depois disso, o casal protagoniza uma sequência de cenas onde os prazeres do sexo e da comida se misturam. Na melhor delas, a prostituta está comendo um prato de massa ao suco, enquanto é comida por Raimundo Nonato. Suas feições expressam um prazer incomensurável, mas é impossível dizer qual das sensações está mais gostosa.

“Estômago” é fantástico para pensar as trajetórias de dois sujeitos sociais que se encontram no universo urbano e se relacionam – dando de comer um ao outro. A efemeridade desta relação associada à individualidade dos personagens permite refletir sobre vários pontos presentes no debate antropológico sobre o mundo urbano. O fim da relação do casal é um dos pontos mais quentes do filme, mas deste eu não vou falar. Fica a indicação e o suspense sobre o final...

O mais curioso disso tudo é que mesmo acompanhando os lançamentos nacionais bem de perto, nunca ouvi falar em “Estômago” até o momento em que foi anunciado no Canal Brasil. O filme ganhou dezenas de prêmios, nacionais e internacionais, mas pelo visto ficou pouquíssimo tempo nas telas. Por que será que o cinema brasileiro, exceção feita às comédias, atrai pouco público? É uma questão de matar.