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Sou um antropólogo brasileiro especializado em temas educacionais. Meus trabalhos focalizam as relações existentes entre a educação escolar e outras esferas da vida social. Atualmente, desenvolvo pesquisas sobre estratégias familiares e projetos de escolarização nas camadas populares das cidades do Rio de Janeiro e Petrópolis, ambas no Brasil. A abordagem inclui reflexões sobre a educação básica e o ensino superior. O debate sobre a construção social das juventudes é privilegiado porque permite interpretações refinadas sobre as relações entre educação escolar e expectativas de futuro. Trabalho no Departamento de Fundamentos da Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ onde ensino antropologia e sociologia da educação, além de orientar estudantes interessados no debate entre ciências sociais e educação.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Natal é Legal!


Os Natais de minha infância não foram, exatamente, os mais interessantes. Juntar, em uma mesma festa, vários membros dispersos de uma família italiana [do meu pai] não poderia mesmo dar muito certo. Era uma confusão só. Eu só gostava quando minha mãe fugia da festa e seguia para a cidadezinha de minha avó – um minúsculo município do interior de Minas Gerais onde eu tomava banho de rio, comia os peixes do mesmo rio e me divertia com os causos contados pelos mineiros mais velhos.

O sucesso do natal era mesmo minha avó. Hoje sei que ela nem era tão velha, mas na época eu achava que ela era velhíssima; a mais velha das velhas. Por isso, achava o máximo quando ela corria atrás de mim, me levava para pescar, fazer compras, me ensinava como utilizar o tradicional fogão movido à lenha e a “pescar” água no rio para lavar o quintal. Não entendia como uma mulher tão velha conseguia fazer todas aquelas coisas, mas mesmo assim eu adorava.

Minha avó morreu após o meu décimo segundo aniversário. Depois disso, na adolescência, passei a achar o natal um saco. O radicalismo juvenil me fazia ver o Natal como uma festa burguesa, desigual, chata, falsa, careta, hipócrita... coisas da adolescência. O fato é que o natal me deixava triste e eu não sabia exatamente por quais motivos. Essa fase durou pouco. Logo, logo, passei a gostar dos Natais organizados pelos meus tios e tias mineiros. 

Depois... fiquei velho. Ainda não virei o mais velho dos velhos (por enquanto! Embora desconfie que meus dois pequenos sobrinhos me vejam assim. Tio Rodrigo é um homem grande e velho!). Atualmente, na minha condição de Velho, adoro o Natal. Faço uma festa e tanto, com comida, bebida, presentes... tudo bem careta. Isso tudo é muito bom, mas o melhor é saber que nossos familiares e amigos são nossos familiares e nossos amigos. É para isso que serve o Natal.

Termino esta postagem com a mesma mensagem que enviei aos meus alunos. No natal, "cantem sua música, dancem sua dança, contem sua história [até aqui é do McCourt], [daqui para frente é meu mesmo] amem seus amores, comam suas comidas, vivam com seus amigos e continuem aprendendo o que quiserem aprender [esse finalzinho para os alunos era bem diferente].

Abraços Natalinos para todos.