Quem sou eu

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Sou um antropólogo brasileiro especializado em temas educacionais. Meus trabalhos focalizam as relações existentes entre a educação escolar e outras esferas da vida social. Atualmente, desenvolvo pesquisas sobre estratégias familiares e projetos de escolarização nas camadas populares das cidades do Rio de Janeiro e Petrópolis, ambas no Brasil. A abordagem inclui reflexões sobre a educação básica e o ensino superior. O debate sobre a construção social das juventudes é privilegiado porque permite interpretações refinadas sobre as relações entre educação escolar e expectativas de futuro. Trabalho no Departamento de Fundamentos da Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ onde ensino antropologia e sociologia da educação, além de orientar estudantes interessados no debate entre ciências sociais e educação.

domingo, 19 de maio de 2019

Partido Alto, Candeia e Leon Hirszman





“O partido alto é a expressão mais autêntica do samba”
Mestre Candeia

E será o samba a expressão mais autêntica do Brasil?

Não vou entrar nessa querela antropológica. É só uma pergunta sem resposta final, mas com centenas de respostas parciais já desenvolvidas por bons antropólogos no Brasil.

O motivo desse post não é discutir teoria antropológica sobre samba, música popular ou algo assim. A ideia é falar sobre o acaso. Ontem, por indicação de minha amiga Maria Muanis, fui ao youtube para buscar uma entrevista do Pierre Bourdieu. Ela disse que eu precisava dar atenção a essa entrevista por conta de minhas pendengas pessoais com o Bourdieu e, principalmente, porque ajudaria no argumento de um artigo que estamos escrevendo.

Fiz o dever de casa, assisti a entrevista e depois passeei um pouquinho pelo youtube.

Eis que encontro uma pérola. Um vídeo documentário chamado “Partido Alto”, produzido e dirigido pelo Leon Hirszman na década de 80 do século passado. Um documento histórico sobre o samba, especificamente o samba de partido alto, e todo ambientado no universo do mestre Candeia. Leon Hirschman foi um cineasta com um olhar antropológico refinado, direcionado para as manifestações da “cultura popular” e seus diversos entrelaçamentos no debate sobre a “cultura nacional”. O Paulinho da Viola, outro bamba do samba e da cultura popular colaborou diretamente nesse documentário. 

Depois que assisti aos dois vídeos em sequência, fiquei pensando em um diálogo entre Candeia e Bourdieu, especificamente sobre a questão da cultura. Certamente daria o que falar e, quem sabe, Bourdieu até poderia dançar, um bom samba de partido alto. Quem sabe até um miudinho! 

O link da Pérola produzida pelo Leon Hirszman é esse aqui: