“O partido alto é a expressão mais autêntica do
samba”
Mestre Candeia
E será o samba a expressão mais autêntica do
Brasil?
Não
vou entrar nessa querela antropológica. É só uma pergunta sem resposta final,
mas com centenas de respostas parciais já desenvolvidas por bons antropólogos
no Brasil.
O
motivo desse post não é discutir teoria antropológica sobre samba, música
popular ou algo assim. A ideia é falar sobre o acaso. Ontem, por indicação de
minha amiga Maria Muanis, fui ao youtube para buscar uma entrevista do Pierre
Bourdieu. Ela disse que eu precisava dar atenção a essa entrevista por conta de minhas
pendengas pessoais com o Bourdieu e, principalmente, porque ajudaria no
argumento de um artigo que estamos escrevendo.
Fiz
o dever de casa, assisti a entrevista e depois passeei um pouquinho pelo
youtube.
Eis
que encontro uma pérola. Um vídeo documentário chamado “Partido Alto”,
produzido e dirigido pelo Leon Hirszman na década de 80 do século passado. Um
documento histórico sobre o samba, especificamente o samba de partido alto, e
todo ambientado no universo do mestre Candeia. Leon Hirschman foi um cineasta
com um olhar antropológico refinado, direcionado para as manifestações da “cultura
popular” e seus diversos entrelaçamentos no debate sobre a “cultura nacional”. O Paulinho da Viola, outro bamba do samba e da cultura popular colaborou diretamente nesse documentário.
Depois
que assisti aos dois vídeos em sequência, fiquei pensando em um diálogo entre
Candeia e Bourdieu, especificamente sobre a questão da cultura. Certamente
daria o que falar e, quem sabe, Bourdieu até poderia dançar, um bom samba de
partido alto. Quem sabe até um miudinho!
O
link da Pérola produzida pelo Leon Hirszman é esse aqui: